A Justiça é feita por pessoas
As pessoas que trabalham na Justiça Federal do RS (JFRS) e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) também sofreram com as enchentes. Os dados levantados indicam que, pelo menos, 51 funcionários terceirizados, 16 estagiários e 35 servidores tiveram suas casas atingidas. Com os sistemas eletrônicos da JFRS e do TRF4 indisponíveis, parte do corpo funcional da instituição dedicou-se ao serviço voluntário, medida incentivada pela Alta Administração.
Relatos dos atingidos
Veja depoimentos de pessoas da comunidade da Justiça que foram diretamente atingidas
Lucas Rodrigues de Aquino, colaborador terceirizado em Porto Alegre.
Menária Larissa da Silva, estagiária da 2ª Vara Federal de Novo Hamburgo.
Andressa Rossi, servidora da 2ª Vara Federal de Canoas.
Rede de apoio
Uma grande rede de apoio surgiu em auxílio à comunidade interna e externa da Justiça
Grupo SOS voluntários buscou contatar os atingidos
Desde o início, uma grande rede de apoio se formou para ajudar as pessoas que estavam sendo atingidas em qualquer medida pelo aumento das águas. Com apoio de suas chefias, servidoras e servidores buscavam entrar em contato com os terceirizados e estagiários para mapear as condições em que cada um estava.
Necessidades eram identificadas cotidianamente e se moviam esforços para que fossem atendidas, desde dúvidas sobre a qualidade da água das torneiras chegando ao ponto de levar alguns colaboradores para buscar água em pontos de distribuição. Inicialmente, inclusive, a situação era tão dramática que até a comunicação era complicada em função de muitos terceirizados ficarem sem acesso à internet.
Grupo SOS Voluntários JF da 4ª Região
Ações da Subseção Judiciária de Novo Hamburgo em apois aos seus colaboradores afetados
Veja o resumo
Grupo de voluntários da Subseção Judiciária de Canoas
Campanhas nas sedes da JFRS arracadaram doações
A emergência climática no RS e a memória do auxílio da JFPR
Em diversas sedes da JFRS, campanhas de arrecadação em dinheiro, de roupas e calçados, cestas básicas, produtos de higiene e limpeza, água, cobertores, entre outros itens, foram sendo organizadas por servidoras e servidores que mobilizavam seus contatos para conseguir maior adesão.
A resiliência e solidariedade que emergiram em meio à adversidade, demonstraram como o corpo funcional da Justiça Federal da 4ª Região se uniu para ajudar aqueles que mais precisavam se reerguer após a tragédia. Caminhões de doações vieram dos colegas da Justiça Federal do Paraná e de Santa Catarina. Em Porto Alegre, mutirões de triagem das doações eram realizados para separar o que era recebido e encaminhar para aqueles que precisavam na capital e também em Canoas e Novo Hamburgo.
O Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (Sintrajufe) e a Associação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul (Ajufergs) foram parceiros fundamentais nas campanhas promovidas, possibilitando inclusive que fossem comprados colchões e eletrodomésticos, como geladeira e fogão.
As arrecadações ajudaram também a comunidade externa
As campanhas de arrecadação também eram destinadas às pessoas da comunidade. Em Pelotas, os alimentos, itens de higiene, e roupas arrecadados pelo corpo funcional da subseção foram entregues à Brigada Militar da cidade para distribuição, beneficiando a Comunidade de Pescadores Z3 e outros afetados. Além disso, foram organizadas campanhas de arrecadação de fundos via PIX, que possibilitaram a compra de 144 cobertores e alimentos ricos em proteínas entregues à Colônia de Pescadores Z3, uma das comunidades mais afetada pela enchente e localizada em área de difícil acesso.
Trabalho dos voluntários da Subseção Judiciária de Pelotas
Além de doações, orientações à comunidade
Produção do Guia de Benefícios “E agora, como recomeçar?”
Os locais de abrigos também receberam o trabalho voluntário de juízes e servidores da JFRS, que atuavam no acolhimento e escuta das pessoas que ali se encontravam. Inclusive dessa vivência identificou-se a necessidade por informações. Assim, o Grupo de Trabalho para Ações em Direitos Humanos, Equidade de Gênero, Raça e Diversidades (GTDH), em parceria com o Laboratório de Inovação (Inovatchê ) da JFRS e com a Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), produziram o Guia “E agora, como recomeçar?”. A publicação reuniu benefícios e programas sociais direcionados às vítimas das enchentes no RS, como o Auxílio Reconstrução, SOS Rio Grande e Programa Volta por Cima.