Cronologia dos principais eventos do desastre climático de maio de 2024

27 de abril - O início da chuva

A chuva forte começou em 27 de abril nos municípios localizados na Região dos Vales, tendo a cidade de Santa Cruz do Sul como uma das mais atingidas. No dia seguinte, a Defesa Civil começa a alertar a população para as fortes chuvas que ocorreriam no estado.

29 de abril - O primeiro alerta do Inmet

O Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), em 29/4, emite o primeiro alerta vermelho de volume elevado de chuvas. As previsões se concretizam com muitas cidades impactadas e as primeiras mortes sendo registradas em razão dos temporais. Estradas foram bloqueadas em diversas regiões, pontes começaram a ser levadas pela água, pessoas eram arrastadas pelas correntezas.

01 de maio - Intensificação das chuvas

O Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), em 29/4, emite o primeiro alerta vermelho de volume elevado de chuvas. As previsões se concretizam com muitas cidades impactadas e as primeiras mortes sendo registradas em razão dos temporais. Estradas foram bloqueadas em diversas regiões, pontes começaram a ser levadas pela água, pessoas eram arrastadas pelas correntezas.

02 de maio - Rio Taquari atinge maior nível da história

O próximo dia registra que o Rio Taquari, que tem a cota de inundação em 19 metros, passou dos 30 metros de altura, atingindo o maior nível da história. A barragem 14 de julho, localizada entre Cotiporã e Bento Gonçalves, se rompe parcialmente, e o Lago Guaíba, na capital, ultrapassa a cota de inundação (3 metros), atingindo 3,63 metros.

03 de maio - Pontes sobre o Guaíba são bloqueadas em Porto Alegre

Em 3/5, os porto-alegrenses começam a sentir com mais gravidade os efeitos do temporal com as duas pontes do Guaíba sendo bloqueadas em razão da alta do Rio Jacuí e depois de duas embarcações colidirem contra a estrutura da ponte nova. As águas atingiram a Rodoviária, ruas do Centro Histórico e o Mercado Público. O Aeroporto Salgado Filho foi fechado. No fim deste dia, o nível do Lago Guaíba chegou a 4,77 metros, ultrapassando o recorde da enchente de 1941. 

A Defesa Civil determinou a evacuação de comunidades em sete cidades após o rompimento parcial da barragem 14 de julho. Outras quatro barragens apresentavam risco de rompimento.

04 de maio - Lago Guaíba atinge a marca dos cinco metros

O Lago Guaíba continuou enchendo, alcançando, em 4/5, a marca de 5 metros. Presídios ficaram ilhados e o estado precisou transferir detentos. O principal acesso a Porto Alegre ficou bloqueado quando um buraco se abriu na Avenida Castelo Branco, no sentido litoral/capital. Municípios da região metropolitana, como Canoas, Eldorado do Sul e Guaíba, começaram a registrar inundações.

Autoridades e voluntários se unem para ajudar pessoas isoladas. Utilizando barcos e motoaquáticas, eles vão ao encontro daqueles que esperavam por resgate em cima de imóveis e viadutos. As imagens comoventes e impactantes destes resgates, que envolvem pessoas e animais, circulavam na intensa cobertura jornalística e nas publicações nas redes sociais.

06 de maio - Prefeito recomenda que moradores deixem a cidade

No dia 5/5, o nível do Lago Guaíba chega a 5,33 metros, o maior da história. No dia seguinte, as águas invadem os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, fazendo o prefeito municipal de Porto Alegre recomendar que os moradores deixassem a região. Os alagamentos na capital são agravados em função do desligamento das casas de bombeamento de água.

08 de maio - Inundações chegam à costa doce

No dia 8/5, as inundações chegam ao sul do estado com as cidades de São José do Norte, São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande entrando em estado de alerta máximo. Milhares de pessoas precisam sair de suas casas.

15 de maio - Baixa do Taquari revela cenário de destruição

No Rio Taquari, em 15/5, o nível baixou e atingiu 18,75 metros. Lembrando que a cota de inundação é de 19 metros e ele atingiu 33 metros. Com isso, um cenário de destruição e lama foi revelado. Os moradores iniciam a contagem dos prejuízos e a limpeza das residências.

Nos dias seguintes...

A água também começa a baixar no Lago Guaíba e os moradores começam a conviver com as consequências da enchente, como animais mortos em vias públicas e esgoto exposto, além do mau cheiro impregnando as ruas dos bairros Menino Deus, Cidade Baixa e Centro Histórico. 

Para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul, os governos federal e estadual lançaram benefícios de apoio à população, como Auxílio Reconstrução, Saque Calamidade do FGTS e restituição antecipada do Imposto de Renda Pessoa Física. 

14 de junho - Defesa Civil divulga números da tragédia

O boletim divulgado pela Defesa Civil, em 14/6, registrava que 478 municípios foram afetados (de um total de 497). As inundações atingiram 2.398.255 pessoas, sendo que 422.753 ainda estavam desalojadas e 10.793 encontram-se em abrigos. Há registrados 806 feridos, 39 desaparecidos e 176 óbitos confirmados. 

478 municípios afetados

2.398.255 pessoas atingidas

806 feridos

39 desaparecidos

176 óbitos

Mais de dois meses após o início das chuvas...

Passados mais de dois meses após o início das chuvas, mesmo com o nível de água dos rios mais baixos, o estado ainda trabalhava no processo de limpeza e reconstrução. A destruição causada pelas águas ao invadir residências, comércios e instituições resultou em toneladas de detritos. Em Porto Alegre, após os resíduos serem recolhidos das ruas, eles eram armazenados em depósitos temporários para serem transportados para o destino final pela empresa contratada exclusivamente para executar este serviço. Muitas pessoas ainda precisaram ficar abrigadas, pois perderam suas casas e precisavam que a ajuda prometida pelas autoridades governamentais fosse concretizada. Aquelas que puderam voltar para suas casas contavam os prejuízos, se apoiavam nas doações recebidas e procuravam refazer o que a água levou.