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Inaugurada em 22/06/2015 a primeira Sala de Memória Institucional da Justiça Federal no interior do estado. O evento, que aconteceu na sede da instituição, reuniu magistrados, servidores e diversas autoridades.

Na abertura dos trabalhos, a analista judiciária e coordenadora da Comissão de Memória Institucional da Subseção Judiciária de Rio Grande, Rejane Sacco dos Anjos, lembrou que o projeto de um espaço destinado à preservação da memória institucional por meio da exposição de objetos e processos judiciais surgiu em 2012. Enumerando os desafios superados para a concretização da proposta, ela destacou o trabalho de descrição arquivística realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que permite a disponibilização do acervo para pesquisa por meio de um portal na internet. “Posso dizer que fizemos e fazemos escola sem freqüentar tal escola”, afirmou. “Nosso trabalho de inserção das descrições arquivísticas no sistema IcaAtom é inédito e pioneiro no país e já fomos consultados pelo Distrito Federal e pelo Estado do Ceará”, contou.

Presidente da comissão, a juíza federal Andréia Castro Dias ressaltou a dedicação de todos os envolvidos. Segundo a magistrada, quando formado, o grupo tinha como objetivo promover o resgate da história da Justiça Federal na subseção e, com isso, destinar um local na então futura sede para a Sala de Memória Institucional. “Documentar, registrar, preservar nosso passado nos possibilita um melhor entendimento do presente e construção do futuro. Assim estamos hoje, passados três anos de intenso trabalho da comissão, em parceria com o Núcleo de Documentação da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, temos a honra e satisfação de entregar à sociedade mais um espaço dedicado à cultura, à história, ao conhecimento e, por que não dizer, ao exercício da cidadania”, declarou.

Também presente na solenidade, o diretor do Foro da subseção, juiz federal Sérgio Renato Tejada Garcia, falou sobre o surgimento dos Juizados Especiais Federais Avançados, que depois se tornaram Unidades Avançada de Atendimento, e do pioneirismo local em relação ao uso da tecnologia. “A Sala da Memória certamente registrará a importância da Subseção Judiciária do Rio Grande no campo das inovações tecnológicas. Nasceu aqui o primeiro site de internet da Justiça brasileira”, lembrou. “Aliás, foi também nesse site que, pela primeira vez no Brasil, as notas de expediente foram publicadas na Internet. E daí para o primeiro peticionamento eletrônico, com apoio de um provedor local e da diretora do Foro do Rio Grande do Sul à época, Maria Helena Rau, foi só uma questão de tempo”, registrou.

O diretor do Foro da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, juiz federal José Francisco Andreotti Spizzirri, mencionou a riqueza existente nos autos findos disponibilizados à população  por meio do trabalho de gestão documental.“Rio Grande tem, entre os processos sob sua guarda, casos que tratam de temas tão variados quanto direitos previdenciários e proteção ao meio ambiente. Cada umas dessas ações carrega, além do registro da atuação de magistrados e servidores, uma ou mais porções do fractal da própria história”, assegurou. Conforme Spizzirri, os diferentes contextos retratados nessas ações refletem e, ao mesmo tempo, inspiram a renovação de costumes, leis, cultura e convenções sociais.

Representando a presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) na ocasião, a desembargadora federal Marga Inge Barth Tessler retomou alguns dos conceitos apresentados, valorizando a iniciativa. “As instituições também se constroem e são aquilo que elas lembram”, avaliou. “A memória é isso aí: é voltar ao coração, é lembrar, é registrar, não deixar perder”, concluiu.